Adriano Castro, conhecido como Didi Red Pill, ex-participante do BBB, está refugiado na Polônia com status de asilado político enquanto responde a um mandado de prisão preventiva no Brasil. Ele foi acusado de participar dos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Nas redes sociais, o ex-BBB tem defendido a anistia para Jair Bolsonaro (PL) e para outros condenados pelos eventos daquele dia.
Um vídeo publicado em seu canal no YouTube em agosto deste ano, que voltou a circular nos últimos dias, mostra Didi em Paris detalhando como deixou o Brasil após os acontecimentos de janeiro de 2023.
Na gravação, o ex-BBB explica que fugiu do país pela fronteira com o Paraguai. “Sai pelo Paraguai, mais ou menos uma semana depois do 8 de janeiro. Peguei um voo para a Colômbia. Depois fui para a Costa Rica, Panamá, Alemanha e Polônia”, disse no vídeo. Ele afirmou que o mandado contra ele foi expedido posteriormente. “A ordem de prisão veio meses depois. Eu sempre estive um passo à frente, ou dois, da Polícia Federal”, declarou.
A saída de Didi do Brasil aconteceu após os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. As acusações contra ele relacionadas a esses atos resultaram na expedição do mandado de prisão preventiva.
Adriano Castro participou da primeira edição do Big Brother Brasil e criou o termo “paredão”, usado para nomear a eliminação no programa. Ele é considerado o primeiro antagonista do reality show.
A escolha da Polônia como destino final foi baseada em características específicas do país europeu. “Um país que sofreu com o comunismo, bastante católico, conservador. Fui para o lugar certo”, afirmou em seu vídeo. Desde sua saída do Brasil, Didi não encontrou mais familiares como sua mãe, irmão e sobrinha.
No vídeo, o ex-BBB mostra um passaporte emitido pela Polônia que, segundo ele, garante sua proteção como asilado político. “A ditadura do Brasil não pode me tocar, ninguém pode me tocar. Esse documento significa minha carta de alforria, minha liberdade”, declarou.
Não existem informações sobre processos de extradição ou negociações entre autoridades brasileiras e polonesas sobre o caso.
O ex-participante do reality pretende seguir com atividades políticas na Europa, buscando apoio de parlamentares contra o ministro Alexandre de Moraes do STF e outras autoridades envolvidas nos processos relacionados ao 8 de janeiro. “Me sinto aqui, mal comparando, como o que Eduardo (Bolsonaro) e Paulo Figueiredo fizeram lá atrás (nos Estados Unidos): plantando a sementinha, trazendo documentos, mostrando isso, mostrando aquilo. Quem sabe daqui a dois anos a União Europeia também não sanciona esses caras?”, afirmou.
Didi Red Pill, que se apresenta como “jornalista perseguido”, criticou políticos que não o apoiaram durante seu processo de solicitação de asilo na Polônia. “Alguns negaram, outros me enrolaram”, disse sobre pedidos de cartas de recomendação feitos a parlamentares brasileiros. Em vídeo recente, ele prometeu revelar esses nomes: “Alguns deputados que ficam arrotando por aí que são amigos dos patriotas, que lutam pelos presos políticos, não assinaram, não me ajudaram em nada. Os nomes deles vão aparecer perto das eleições. Não vou deixar esses caras se criarem em cima dos patriotas.”