A Globo está enfrentando uma série de dificuldades para renovar seu quadro de autores no horário nobre, e agora aposta em novelas não lançadas para se manter no topo das audiências. Geralmente, essa faixa é reservada para os escritores mais experientes, mas apurações indicam que a Globo está reconsiderando algumas parcerias.
De acordo com o portal NaTelinha, a emissora estaria fazendo um levantamento de sinopses apresentadas por seus medalhões que ainda tiveram aproveitamente. O objetivo é treinar novos profissionais para esse horário. Entre essas histórias, estão novelas inéditas de Manoel Carlos e Gilberto Braga. A ideia, segundo fontes, é seguir o modelo atual de Vale Tudo. Nela, Manuela Dias escreve uma nova versão da trama criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.
Investir em textos de autores renomados representa uma maior segurança para manter a audiência no horário das nove. Entre os títulos inéditos que a Globo possui, estão Intolerância e Feira das Vaidades, de Gilberto Braga; O Cerco, de Benedito Ruy Barbosa; e Castelo de Areia, de Manoel Carlos. Além desses, Aguinaldo Silva e Carlos Lombardi também têm folhetins arquivados que pertencem à emissora.
A Globo sempre manteve contratos fixos com seus grandes autores, garantindo que qualquer obra criada durante esse período passasse a ser de sua propriedade. No mercado, se trata da cessão de direitos autorais. Essa política mudou nos últimos três anos, quando a emissora passou a adotar contratos por obra. No entanto, tudo mudou com a recente crise no horário das nove, que se intensificou com a aposentadoria de Benedito Ruy Barbosa e Manoel Carlos, com a morte de Gilberto Braga e a saída de Silvio de Abreu. O cenário fica ainda pior com a mais recente saída de Glória Perez, após 54 anos na Globo.